Instituições americanas sobreviverão a Trump, afirma ex-secretário de Estado

O Congresso, os tribunais e os mercados americanos sobreviverão à crise institucional causada pelas decisões e declarações deDonald Trump (https://www.conjur.com.br/pesquisa/?q=Donald+Trump)Donald Trumpem seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, de acordo comMike Pompeo, ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) e ex-secretário de Estado daquele país.

 

Mike Pompeo, ex-secretário de Estado e ex-diretor da CIA, falou no XIII Fórum de Lisboa, promovido no mês passado

 

“Esse sistema fundamental que nossa Constituição impulsionou, estou convencido de que nos levará através desses períodos turbulentos. Eu sei onde estou hoje. Eu ainda apostaria nos Estados Unidos, e aposto. Isso não significa que não haja grandes coisas acontecendo no mundo todo e que não precisamos que isso aconteça. Os Estados Unidos precisam, mas nossos tribunais vão se manter firmes, serão rebeldes”, disse ele em palestra noXIII Fórum de Lisboa (https://www.forumdelisboa.com/2025/inicio)XIII Fórum de Lisboa, promovido em julho.

 

Pompeo falou sobre o assunto ao ser questionado a respeito da disputa travada entre a Casa Branca e a Universidade Harvard por recursos públicos, das cassações de vistos de estudantes estrangeiros em universidades dos Estados Unidos e do estresse causado pelos anúncios de novas tarifas sobre produtos de todo o mundo.

 

O ex-secretário afirmou que os dois partidos americanos dominantes têm históricos de críticas à Suprema Corte e que isso “não é bom”. Por isso, pede para os congressistas não perseguirem o tribunal.

 

“Você vai tomar decisões de que não gosta. Você provavelmente já tomou algumas de que as pessoas não gostaram. Todos nós tomamos. Vamos pensar que o cara que estava na corte estava no nosso time, mas ele não está no nosso time. Eles estão no time da instituição. Eles estão no time da lei. Eles estão no time da nossa Constituição”, afirmou Pompeo, que dirigiu a CIA de janeiro de 2017 a março de 2018 e chefiou o Departamento de Estado americano de abril de 2018 a janeiro de 2021, ambos durante o primeiro mandato de Donald Trump.

 

Ele, que também foi deputado pelo estado do Kansas, de 2011 a 2017, e se considera um republicano “old school” (da velha guarda), ressaltou que os integrantes do Legislativo também devem brigar para manter os poderes da instituição que representam.

 

“Eles precisam garantir o poder do Legislativo contra o Executivo de uma forma em que realmente exista um freio. Ele(o poder do Legislativo)vem diminuindo. Quando eu estava lá, diminuiu. Diminuiu ainda mais depois que eu saí. O Executivo agora detém uma quantidade enorme de poder, muito diferente do que tinha 50 ou 75 anos atrás.”

 

Outro assunto abordado durante a participação do americano no evento de Lisboa foi a imposição de limites para plataformas e tecnologias digitais. Ele disse que defende algum tipo de regulação para o uso de inteligências artificiais (IAs), mas reconhece ser difícil encontrar um grau de controle que mitigue o que chamou de “piores riscos” sem impedir o desenvolvimento das empresas do setor.

 

Para Pompeo, o problema passa pela falta de conhecimento dos legisladores: “Os líderes políticos não entendem essas tecnologias em um nível de profundidade que dê qualquer chance de regular isso de uma forma inteligente”.

 

Outra dificuldade é a descentralização dos focos de criação, fruto da redução drástica no número de profissionais necessários para grandes projetos.

 

“Muito mais pode ser feito agora sem grandes equipes, sem milhares de engenheiros codificando, certo? Então é bastante notável como você vê empresas de cinco pessoas e bilhões de dólares. Acho que isso cria esse risco, que é difícil de quantificar.”

 

Contrário ao modelo europeu de regramento, bastante rigoroso, o republicano sugere como ponto de partida o que chama de “regulação negativa”. Na prática, seria traçar fronteiras entre o que é e o que não é moralmente aceito.

 

Para ilustrar, traçou um paralelo com as pesquisas genéticas: “Deveríamos dizer: ‘Ei, você não pode fazer um ser humano’. Deveríamos dizer: ‘Má ideia’, e vamos impedi-lo de chegar lá. E então você pode ter todo esse outro espaço para fazer todas as coisas boas e criar a próxima pílula que me permitirá viver até os 150 anos”.

 

“Você poderia colocar regras nas redes sociais que diriam ‘não sabemos exatamente quais partes são boas’ e ‘é difícil diferenciar umadeep fakede algo verdadeiro’, mas aqui está o que podemos dizer com certeza: ‘Crianças de 12 anos, não’. Vamos proteger nossos filhos de algumas dessas coisas.”

 

Cliqueaqui (https://www.youtube.com/watch?v=Jvkjm2GOuto)aquipara assistir à palestra ou veja abaixo:

Fonte: Conjur


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